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terça-feira, 12 de junho de 2012

A estranha (e eficiente) Linguagem dos Namorados

 
- Oi meu berilo!
- Oi, meu anjo barroco!
- Minha tanajura! Minha orquestra de câmara!
- Que bom você me chamar assim, meu presente pessegueiro-da-flórida!
- Você gosta, minha calhandra?
- Adoro, meu teleférico iluminado!
- Eu também gosto muito de ser tudo isso que você me chama!
- De verdade, meu jaguaretê de paina?
- juro, meu cavalinho de asas!
- Então diz mais, diz mais!
(...)
- Tuas paisagens, teu subsolo infernal, teus labirintos são superiores em felicidade a qualquer declaração dos direitos do homem!
- A primeira vez que eu vi você naquele bar do crepúsculo eu senti que pirâmides e as cataratas não valiam a tua unha do dedo mindinho!
- Porque você é o Banco das Estrelas, e pode comprar todas as coisas do mundo, inclusive as águas e os animais, para restituí-los à vida em liberdade!
- Como posso ouvir outras palavras senão as tuas, meu almanaque do céu?
- Minha ciência do insabível? Meu terremoto, meu objeto voador identificado?
- Não nascemos um para o outro, nascemos um no outro, e estamos nessa desde antes do começo dos séculos, meu nenúfar!
- E estaremos mesmo depois que os séculos se evaporarem, ó meu desenho rupestre, meu formigão atômico!
mandala, raio laser, sextina! Tudo meu, é claro!
- Clepsidra!
- Sequóia minha minha minha!!
Diálogo aparentemente louco, mas que dois namorados de imaginação mantém todos os dias, com estas ou outras palavras igaulmente mágicas. Não inventei nada. apenas colecionei expansões ouvidas aqui e ali, e que me pareceram espontâneas, isto é, ninguém deve ter preparado antes de dizer, de tal modo as palavras saíam entrecortadas de risos, interrompidas por afagos, brotando da situação. O amor é inventivo e anula os postulados da lógica. ele tem sua lógica própria, tão válida quanto a outra. E os amantes se entendem sob o signo do absurdo - não tão absurdo assim, como parece aos não-amorosos. Já ouvi no interior de Minas alguém chamar seu amor de "meu bicho-do-pé" e receber em troca o mais cálido beijo de agradecimento.
esta coletânea de amor está aqui como introdução ao projeto não-comercial de comemorações do dia dos Namorados. Não para que elas sejam repetidas mecanicamente. todo namorado que se preze deve inventar as besteiras líricas e deliciosas que agente não diz a qualquer pessoa, só para uma, e só em momentos de pura delícia. Funcionam? E como!


Carlos Drumond de Andrade

1 comentários:

Anônimo disse...

- Minha tanajura! Minha orquestra de câmara!
- Que bom você me chamar assim, meu presente pessegueiro-da-flórida!
- Você gosta, minha calhandra?
- Adoro, meu teleférico iluminado!
- Eu também gosto muito de ser tudo isso que você me chama!
- De verdade, meu jaguaretê de paina?
- juro, meu cavalinho de asas!
- Então diz mais, diz mais! rsrsrsrsrs... Dizer mais o que? O trêm de mimos que você postou, já tá de bom tamanho! kkkkkkkkkkkkkkkkkkk...

E É ISSO, Os amantes se entendem sob o signo do absurdo - não tão absurdo assim, como parece aos não-amorosos. Já ouvi no interior de Minas alguém chamar seu amor de "meu bicho-do-pé" e receber em troca o mais cálido beijo de agradecimento. esta coletânea de amor está aqui como introdução ao projeto não-comercial de comemorações do dia dos Namorados. Não para que elas sejam repetidas mecanicamente. todo namorado que se preze deve inventar as besteiras líricas e deliciosas que agente não diz a qualquer pessoa, só para uma, e só em momentos de pura delícia. Funcionam? FUNCIONA!!! E como!

Amor A estranha (e eficiente) para você e seu Love, Anjo Dani Sans Senhora do Amor!

Bjs na alma e core!

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