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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Você é o bagaço ou o suco da laranja?









         Tenho lido muito a respeito de saparações e como isso tem sido "libertador" para muita gente.
         Tenho lido e ouvido muita gente dizer: "Meu casamento deu certo, já que eu consegui ficar 10 (ou 15 ou 20 ou 25 ou apenas 1 ano) casado(a) e isso já é uma vitoria" (sic!!!!!!!).
         Vitoria de quem, cara pálida?

         Dos tabeliãos que faturam 2 vezes, uma quando o casamento é feito e a outra quando é desfeito?
         Dos corretores de imoveis, que alugam e/ou vendem 2 imoveis novos a cada separação?
         Das empresas de mudança ou dos carreteiros que fazem 2 mudanças?

         Falando serio, qual é o saldo positivo de um casamento desfeito?

         E quando exitem frutos, os filhos, quem é que, de verdade, pensa neles?
         Filhos aprendem no dia a dia, observando os pais e não adianta ensinar uma coisa e viver outra, porque o que seus filhos vão acabar reproduzindo são as atitudes e escolhas que você fez e não o que você disse.
        Não me leve à mal. Não sou contra o divorcio, eu mesma sou divorciada.
        Mas a situação da minha mãe e irmã, também divorciadas, e de outras pessoas que terminaram alguns relacionamentos me levou a pensar e analisar comportamentos, inclusive e principalmente, o meu.

         O que me leva à pergunta título deste post:

         Você é o bagaço ou o suco da laranja?

         Sempre detestei esta historia de "cara-metade", de "metade da laranja".

        Nunca ouvi dizer que uma mulher ficou meio grávida ou que nasceu meio bebê.

        Alias, p'rá ser sincera, já ouvi falar de meios bebês, sim, mas eles não tiveram uma chance de vida.

        Então por que "metade da laranja"?

         E é exatamente quando estamos nos consolidando como individuos, quando já vivemos todas as experiencias junto às nossas familias e estamos começando a descobrir o mundo e as suas possibilidades, e também o nosso poder e direito de escolha, que começam a nos vender uma ideia absolutamente falsa de que somos metades à procura de alguém que nos complete.
        E se eu nunca encontrar este alguém, como é que eu fico? Como uma cadeira que só tem 2 pernas, que só serve para lenha?
        E, pior, se eu encontrar a minha "metade da laranja" (ai, meus sais, por favor!!!!!!!!!!!) e não reconhecê-lo(a), como é que eu vou passar o resto da minha vida?

        Vamos passar para a matemática, de leve, que eu não sou expert.

        Quando vamos alugar uma casa ou comprar ou quando vamos fazer uma prestação, logo ouvimos que não podemos comprometer mais do 30% do nosso orçamento.
        O governo leva outros 30% do nosso salario (ou mais, se contarmos os impostos indiretos).
        No "barato", fazendo contas superficiais, ficamos com apenas 40% do que ganhamos para administrar alimentação, higiene, saude, transporte e lazer.

        Já é difícil quando somos só nós, imagine uma familia.

        Agora vamos tentar transpor estes dados para o nosso eu.

       30% de nós mesmos deveremos investir em valores a longo prazo, em nossa formação, em nossos sonhos.
       30% a vida cobra de nós, a vida simplesmente leva. Como e para onde ela leva?

       Bom, para onde eu te respondo se você me responder (e provar) para onde os políticos levam nossos impostos.

         Ai sobra, para você investir em teu relacionamento, apenas 40%.

         Aí eu te pergunto:

         Quanto é 40% de metade? É o bagaço ou é o suco?

         E se você está oferecendo o teu melhor, o teu "suco", você pode ter a certeza de que vai receber o mesmo? E se não receber, você tem o direito de cobrar, já que você não foi forçado(a) a nada?

        Dizem os economistas, e os órgãos de proteção ao crédito e os cartorios de protesto comprovam, que se você faz investimentos sem analisar muito bem os riscos, o custo-beneficio, corremos um risco altíssimo de inadimplencia e até de abrir falencia.

        Então, por que somos tão levianos ao investir em nosso relacionamentos, e o que é pior, em nós mesmos?

        O risco de "inadimplencia" e até de "falencia emocional" é altíssimo.

        O risco de uma linda historia de amor acabar em um tribunal ou em um cemiterio, o que está cada vez mais comum, é grande demais para continuarmos a comprar esta historia de que somos "metade".

        E tudo começa como brincadeira, no começo da adolescencia, ouvimos e repetimos a todo instante que somos metade, que estamos à procura de alguém que nos complete e é tão massificante e ao mesmo tempo tão sutil, que não nos tocamos de que isso não é verdade.

        Ou que, pelo menos, não deveria ser verdade.

        Se você, como eu, comprou e viveu esta mentira por toda a tua vida, pare e repense a tua vida.

       Uma fusão de 2 inteiros é melhor do que a junção de duas metades.

       "Poeticamente" diz-se que é lindo juntar 2 metades e formar um novo... novo... novo...
novo o quê, mesmo?

       Mas, sinceramente, não vejo nada de lindo em imaginar metades de corpos, almas, espíritos zanzando por ai, a procura de suporte para ser alguém.

        Mas, vejo, sim, muita beleza em 2 seres que se auto-conhecem e resolvem abrir suas vidas para receberem um outro alguém, pessoas que estejam conscientes dos objetivos que pretendem atingir, e que nunca é fácil construir uma vida a dois, mas que, depois de analisarem todos os prós e contras, todo custo-risco-beneficio, chegaram à conclusão de que vale a pena passar por todos os percalços que a vida sempre coloca em nosso caminho.

       Como já disse antes a fusão de 2 inteiros é infinitamente melhor do que a junção de duas metades.

       É muito mais forte. E as chances de sucesso são muito maiores.

       Como se tornar 1 inteiro?

       Pare de olhar em volta à procura de alguém que te complete e comece a olhar para dentro de si mesmo a procura de alguém único e totalmente especial: VOCÊ MESMO(A).

      Descubra quem você é, quais são os seus gostos, as suas esperanças, as suas qualidades, que sempre são neutras, somos nós, reagindo às circuntancias, que transformamos nossas qualidades em ruins ou boas, em qualidades ou defeitos.

       Descubra as tuas potencialidades, porque só sabendo aquilo que você é capaz de fazer, você será capaz de realizar.

        E poderá investir, com muita segurança, correndo o mínimo de riscos. Riscos sempre existem, mas com planejamento e conhecimento, podemos minimizá-los e transformar possíveis desastres em historias de sucesso duradouros, do tipo: "Felizes para sempre, até que a morte nos separem. Ou quem sabe, além da morte."

        Afinal, filhos, netos e bisnetos realizados não surgem do acaso, não são geração expontanea, alguém plantou!!!!!!

        Quem se ama, brilha, se ilumina e a luz atrai olhares.

        "O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você."
                         Mario Quintana

         Uma vez, perguntaram a Jesus qual era o maior mandamento. Ele respondeu:

         "Amarás o Senhor teu Deus, de todo coração...
o segundo, semelhante a este, é: amarás ao teu próximo como A TI MESMO."
                         Mateus 22:37-39

         Pare de olhar para o outro como se ele fosse o teu espelho.    
        Olhe-se no espelho à procura de você mesmo.

         O segundo mandamento é duplo e podemos dizer, sem errar, que o segundo mandamento é: "amarás a ti mesmo", seguido de "amarás ao teu próximo com a mesma intensidade que você se ama".

          Mas se você não se ama, se você se conforma em ser "metade", como amará a alguém?

                           Gisele Fiaux

4 comentários:

Gisele VasFi disse...

São conceitos interessantes, meu querido. É claro que cada um vai interpretar cada conceito de acordo com a fé que professa. Pode parecer obvio, mas não é. Muitas pessoas abraçam uma fé porque seus pais ou pessoas que admiram muito abraçaram aquela fé e acabam assimilando conceitos que não entendem e até têm medo de entender. O ser humano é muito complexo.
Confesso que, quando escrevi este texto, a ideia de "cara-metade" me incomodava muito, mas eu não sabia extamente o porquê. Trocando ideias com os amigos que comentaram fui analisando mais a fundo e entendi que este conceito de metade da laranja ou cara-metade é uma especie de "anorexia" emocional.
Assim como um anoréxico tem uma visão distorcida de si mesmo, quando se olha no espelho, uma pessoa que introjetou a ideia de que é metade, também tem uma visão distorcida de si mesmo. Não consegue se enxergar, tem bloqueios, barreiras e tranqueiras que o impedem de se ver. E se não consegue se enxergar ou se entender, como vai entender ou enxergar o outro?
Quanto às almas gemeas, concordo que elas existem.Existem pessoas com as quais nos entendemos apenas pelo olhar, não há necessidade de palavras. Já ouvi algumas pessoas admiradas quando presenciaram isso entre alguns amigos e eu.
Só não compartilho a crença em signos e horóscopos. Isso não me impede de conhecer e admirar a cultura oriental. Apenas procuro extrair o que considero pertinente dentro daquilo em que acredito.
No geral, nós dois concordamos em muita coisa, rsrsrs.
E a falta de espiritualidade também mutila as pessoas. É como um tripé, sem uma das pernas. Não vai se sustentar em pé, nem apoiar nada. Ou uma cadeira pela metade. Vai servir apenas como um objeto para observação, sem mais qualquer outra utilidade.
O medo do desconhecido, o medo daquilo que podemos vir a descobrir, faz com que muitas pessoas não vivam a sua espiritualidade ou a vivam de modo incompleto, portanto inadequado, e do mesmo modo o seu lado emocional também.
Corpo-alma-espírito. Se um deles não é exercitado, todo o conjunto sofre e paga o preço.
Bjs.

BLOGZOOM disse...

Eu nunca usei cara-metade, alma-gemea, mas costumo dizer ao meu namorado que ele é a versão masculina! e ele concorda! rsss

Gisele VasFi disse...

Olá Sissym, minha querida.
O conceito de alma gemea é muito interessante e eu acredito em pessoas tão parecidas que até as palavras são dispensaveis, porque um sabe o que o outro está pensando ou sentindo.
Acho muito legal que teu namorado concorde, rsrsrs.
E o mais importante é um não tentar "mutilar" o outro, esperando que o outro se encaixe em uma forma ou molde. Porque ai, seria amar uma ilusão, alguém fabricado.
Um grande beijo.

Gisele VasFi disse...

Só complementando. Alma gemea, para mim, não é metade, mas igual, por isso acho interessante.
E acho legal teu namorado concordar que é uma versão masculina, rsrsrs, tua. Dois individuos inteiros, se reconhecendo no outro.
Isso é conhecimento, mutuo e auto-conhecimento, beijos.

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